Descobrindo o Tarot

abril 4, 2011

A VERDADE NA LEITURA DE CARTAS

Filed under: Diversos, Videos — Tags:, — Leanora Dias @ 3:22 AM

Nas últimas semanas, alguns acontecimentos – como conversas e ideias durante leituras – me deixaram pensando sobre como lidamos com a verdade na leitura de cartas. A ação da verdade una é analisada no processo multi-facetado da leitura das cartas, que consiste essencialmente em um diálogo, composto por partes bem distintas.

De um lado, temos o consulente, com seus desejos e aspirações. Desejos de ter suas dúvidas saciadas, dúvidas relacionadas justamente ao possível alcance de seus desejos. “Você quer a mesma coisa que deseja?” Foi mais ou menos essa a questão que um psiquiatra me colocou, há alguns anos. E, desde então, essa distinção entre querer e desejar tem permanecido nos meus pensamentos. É só pensar um pouco para perceber que nossos desejos costumam ter pouca aderência à realidade – desejamos coisas e situações menos pelas coisas em si do que pelo puro e simples ato de desejá-las, e também não nos conhecemos o suficiente para nos relacionarmos de maneira satisfatória com nossos anseios. O resultado disso é uma confusão que resulta naquela frequente sensação de insatisfação sem-sentido quando finalmente conseguimos o que passamos tanto tempo desejando, bem como em uma certa inconsequência  na hora de postar as perguntas para um oráculo. Faz parte do papel do consulente cultivar responsabilidade sobre o que o oráculo lhe revela. O papel do oráculo é responder às perguntas do consulente. Cabe ao consulente decidir o que realmente quer saber – mais que isso, o que precisa de fato saber para tirar o proveito necessário da situação e progredir em direção às suas aspirações. Também, tanto ou mais importante quanto, cabe ao consulente ter claro para si se terá estômago para digerir bem as verdades que solicita ao oráculo. Porque elas serão ditas.

Do outro lado, o leitor, aquele que, via de regra e em princípio, recebe a incumbência de comunicar a verdade do oráculo ao consulente. Assim como pedir pela verdade, dizê-la pode ser uma tarefa pesada. O peso desse papel gera a questão de se a verdade deve ser dita sempre em cheio, ou se ela deve ser adaptada à situação do consulente, especialmente nos tão frequentes casos de inconsequência ao colocar as perguntas.

Pensar sobre a verdade me leva à pensar sobre o poder que o conhecimento tem de moldar a realidade. Mudando nossa forma de perceber as coisas, o conhecimento muda a forma que agimos na vida e, consequentemente, mantém uma relação diretamente causal com o sucesso ou não da busca pela satisfação dos nossos desejos. É justamente esse o ponto de fusão de uma leitura de cartas – conferir mais poder ao consulente, através de um conhecimento mais amplo sobre si mesmo e sua situação.

É sobre essas coisas que eu falo nos onze minutos e meio do video abaixo.